domingo, 22 de abril de 2018

Basquiat, Spin Pintor, no CCBB, DF














Basquiat
Depois do grande sucesso de público e crítica no CCBB de São Paulo, o acervo
 de mais
de 80 peças – entre quadros, desenhos, gravuras e pratos pintados – é 
apresentado nas
 galerias do CCBB DF de 21/04 até 01/07, com entrada gratuita.
Basquiat nasceu em 1960 e morreu aos 27 anos de overdose. Seu pai era
 haitiano e, sua
mãe, descendente de imigrantes porto-riquenhos. Desde cedo, foi 
reconhecido como um
garoto inteligente e leitor compulsivo.
Quando criança, foi atropelado quando brincava nas ruas do Brooklyn (EUA). 
No acidente,
 um de seus braços foi quebrado, e seu baço teve de ser extraído. Durante o
 período de recuperação, sua mãe lhe deu um exemplar do livro Gray’s
 Anatomy, que influenciaria
 seus trabalhos artísticos mais de uma década depois.
Quando morreu, em 1988, Basquiat era uma estrela do cenário artístico 
de Nova York.
 Sua produção é marcada pelo uso de materiais simples, como papel 
comum, colagens,
cópias reprográficas e a combinação de imagens humanas (com frequência 
inspiradas
no livro de anatomia que sua mãe lhe deu).



A obra de Jean-Michel Basquiat (Nova Iorque, 1960-1988) personifica o 
caráter de Nova Iorque nos anos 1970 e 1980, uma mistura de empolgação
 e decadência que criou um paraíso de criatividade. A repetição de letras 
e de palavras reflete ritmos, sons e a vida na cidade. As figuras poderosas 
que dominam a cena na obra do artista levam os críticos a classificá-lo 
como um Neoexpressionista, ao mesmo tempo em que está imerso na 
cultura pop. Suas pinturas subvertem hierarquias artísticas convencionais
 ao misturar imagens da cultura erudita e da popular.
Basquiat era um dos poucos afro-americanos num mundo artístico 
predominantemente branco. Sua obra rapidamente evoluiu de uma 
evocação das ruas a uma profunda narrativa sobre a experiência de
 ser negro e as conquistas culturais dos negros.
Curadoria: Pieter Tjabbes.
Visitação com hora agendada
Para evitar filas e agendar a visita à exposição, acesse o site www.eventim.com.br ou app Eventim (Android ou IOS). Também é possível emitir seu ingresso na bilheteria física no CCBB São Paulo.
Saiba mais


http://culturabancodobrasil.com.br/portal/jean-michel-basquiat-obras-da-colecao-mugrabi-2/




Dois grandes mitos rondam a figura de Jean-Michel Basquiat. O primeiro deles diz respeito à origem do artista. Não, ele não era pobre nem marginal, imagens que ajudaram a reforçar a aura de transgressor, mas não condizem com a realidade. Filho de um contador haitiano apreciador de jazz e de uma portorriquenha que adorava arte, Basquiat cresceu em um ambiente estimulante. A casa no Brooklin pertencia à família e era bem localizada, distante do Harlem e do Queens, bairros problemáticos nos anos 1970.



(...)

Colagens, frases enigmáticas, palavras riscadas (porque prestamos mais atenção quando estão riscadas), elementos da anatomia humana, fruto do interesse em um atlas médico que ganhou da mãe, a coroa (símbolo de muitos grafiteiros), a caveira e uma paleta de cores vibrantes fazem parte de seu repertório plástico. Fragmentos de informação eram muito importantes para o artista, que misturava tudo e pintava ouvindo rádio ou com a tevê ligada em canais de desenhos animados. “São sobreposições de informações e de história. Às vezes, ele se encantava com a forma de uma palavra, ou gostava porque era bonita, ou ouvia no rádio. Também há uma mistura de alta e baixa cultura, e uma coisa muito rústica”, explica Tjabes.












O traço rústico e infantil, a falta de perspectiva e a sobreposição de desenhos, frases e palavras estão na maioria das obras(foto: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)
O traço rústico e infantil, a falta de perspectiva e a sobreposição de desenhos, frases e palavras estão na maioria das obras(foto: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)

É um conjunto que o curador identifica como muito atual e responsável por angariar um público jovem até hoje, 30 anos depois da morte do artista, em agosto de 1988, quando sucumbiu a uma overdose aos 27 anos. “Hoje temos a informação muito fragmentada, muito rápida. Eu conheço o meu público e, em São Paulo, vi pessoas que não costumava ver. Pessoas que nunca iriam a uma exposição, que acham que aquilo não é pra elas. A Nova York dos anos 1970 era muito parecida com a periferia de São Paulo hoje”, garante Tjabes.

Percurso cronológico












A exposição está dividida em três núcleos e começa pela galeria de vidro, na qual foi montado um espaço para selfies, a reprodução de um ateliê com obras de grafiteiros brasileiros e do brasiliense Onio e um espaço interativo. É nas duas outras galerias que estão as obras. Na maior, Pieter Tjabes concentrou, de forma cronológica, as primeiras obras e alguns desenhos. Ali se vê um Basquiat mais rústico, sempre figurativo e muito diferente do minimalismo e da arte pop que dominavam a cena do momento.

Na segunda galeria, estão obras mais maduras, quando o artista investe pesado em cores primárias, básicas, e, sobretudo, nos grandes formatos. Um conjunto de telas unidas por dobradiças soma mais de três metros de comprimento. Para essa sala, o curador reservou também uma série de obras pintadas em parceria com Andy Warhol. Basquiat já era conhecido quando foi formalmente apresentado ao artista pop. Viu nele a figura paterna da qual se distanciara na adolescência depois de sucessivas brigas. Durante um ano, os dois produziram mais de 100 quadros em grandes formatos, mas Basquiat encerrou a colaboração quando soube da reação da crítica.

“Eles não gostaram, disseram que um ofuscava o outro e que a parceria não acrescentava nada. Foi Basquiat quem convenceu Warhol a pintar, coisa que ele nem fazia mais. E não era uma relação de mestre e aluno, era uma relação de igualdade entre os dois artistas”, conta o curador. A amizade entre os dois era muito grande e a morte de Warhol, em 1987, abalou Basquiat, que morreria pouco mais de um ano depois.

A arte de Jean-Michel Basquiat
Curadoria: Peter Tjabes. Visitação até 1º de julho, de terça a domingo, das 9h às 21h, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB - SCES Trecho 2). Entrada franca.

Ingressos
A partir deste sábado (21/4), o CCBB vai exigir a retirada de ingressos na bilheteria ou no aplicativo do espaço para dar accesso às exposições. A instituição não vai cobrar por isso e diz que é apenas uma medida para controlar a entrada e a saída de público e evitar filas. Os ingressos podem ser retirados no site www.eventim.com.br ou no aplicativo Eventim (Android ou IOS), assim como na bilheteria do espaço.


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Jean-Michel Basquiat – Obras da Coleção Mugrabi
De 21 de abril a 1º de julho, no Centro Cultural Banco do Brasil (SCES, Trecho 2, Lote 22). Visitas de terça a domingo, das 9h às 21h. Ingressos gratuitos devem ser resgatados na bilheteria ou no aplicativo do CCBB. Entrada franca. Classificação indicativa livre
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